sexta-feira, 12 de abril de 2013

Sobre Hydra...

Hydra na mitologia grega
O Renard tem hesitado em vir ao blog tecer comentários sobre a situação política actual do país...

Mas a pedido de várias famílias...

O Hydra (ou a Hydra) é um animal mitológico muito difícil de derrotar. Não pelo motivo de ter sete cabeças mas pelo facto de que, ao cortar-se uma delas, nascem duas imediatamente no mesmo lugar.

A única forma de derrotar o Hydra é decepar ou bater de forma letal na cabeça do meio...

"Para bons entendedores, meia palavra basta"

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Sobre partidos políticos...

Farinha


Devem-se pautar pelo equilíbrio e harmonia entre a vertente ideológica e o objectivo que é a tomada do poder.

Se houver uma concentração superior na ideologia e não no objectivo, trata-se de uma utopia. Maquiavel já disse isso há muito tempo, que sem poder nada se consegue fazer ou realizar.

Mas também não deve haver uma obsessão excessiva pelo objectivo da tomada do poder, esquecendo-se a componente ideológica.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Sobre Sócrates...

"Amor ou Ódio - ambos me favorecem:
Se me amarem, estarei sempre no vosso coração;
Se me odiarem, estarei sempre na vossa mente" - W. Shakespeare
Opiniões políticas à parte, dado que cada um tem a sua, umas mais bem formadas que outras, a entrevista de Sócrates foi ontem vista por 1,6 milhões de espectadores.

Shakespeare, ou Edward de Vere, tem uma citação plenamente aplicável à situação.

Independentemente de aqueles milhões de pessoas não serem todos admiradores da anterior Legislatura, o facto de se terem interessado no que José Sócrates tem para dizer, após este tempo de clausura perante a actividade política, é um indicador que a muito pouco variadas conclusões faz chegar.

É gente que ou o odeia ou que o ama...

Diga-se o que se disser, TODAS as afirmações, pelo próprio proferidas naquela intervenção, têm fundamento de verdade.

Advice:

Não ponham críticos de moda - ou pseudo-críticos de moda - a fazer crítica política...

Característica fundamental na crítica de moda: Parcialidade
Característica fundamental na crítica política: Imparcialidade


quarta-feira, 27 de março de 2013

Sobre a "insegurança" de Seguro...



Moção de censura [Portugal]: mecanismo político de controlo da acção governativa por parte do parlamento, que em caso de aprovação implica a queda do governo.

No melhor timing que podia ser [coff... coff...], o líder do maior partido da oposição resolve anunciar uma moção de censura. E será que a "queda do governo" é o único objectivo de Seguro e da sua facção dentro do PS?

Veja-se a cronologia



27 de Março de 2013 - PS redige Moção de Censura

Não é preciso ser-se historiador para perceber que há aqui uma relação qualquer... Conjunturas e afins...

O que António José Seguro está a fazer não é mais que causar instabilidade política, com possível queda do governo, com grandes motivações de orgulho pessoal.

Essa instabilidade política causará maiores agravos à credibilidade que este país tem perante o exterior que, diga-se desde já, como todos sabem, já não é grande coisa.

Não querendo servir de Advogado do Diabo, pois este governo nasce de uma semelhante situação (instabilidade política com resultados catastróficos para a economia e juros da dívida pública [um país instável politicamente é sempre visto como um mau pagador - e os juros lá sobem]), caro António José Seguro - não seria melhor esperar que José Sócrates descascasse primeiro um bocadinho no governo PSD, para se fazer depois uma moção de censura?

Ou há aí medo de sombra?

Ou quer provar alguma coisa?

Leia lá um bocadinho de SunTsu e recomende aos Jotinhas, como V. Exa., que se aprende mais de acção política com a leitura de livros como "Arte da Guerra" que com andar a abanar bandeiras e a colar cartazes, atrás de candidatos que mal conhecem...

Lá está... O PS é literalmente um "partido"... E muito "partido" que ele está...


sábado, 23 de março de 2013

Sobre "experiência política"...

Já no século onde nem as fraldas nem os políticos...
...se descartavam tão facilmente...
se dizia...
Em linguagem formal...

Experiência política é uma característica invocada pelos detentores do poder, de mandato, ou coisa alguma, para muito pouco democraticamente, mas com ausência formal de tom autoritário ou segregacionista, se ser destrutivo, perante os que, apesar de com o mesmo direito constitucionalmente consagrado, pretendem exercer sufrágio passivo.

No mundo laboral ocorre exactamente o mesmo: os indivíduos, muitas vezes após uma longa/brilhante/dispendiosa carreira académica, apresentam-se às entidades patronais, com propostas inovadoras ou apenas com intuito de colaborar com a realidade já existente, com vista a exercer uma função, a troco de justa contrapartida, que permita sustentação financeira e económica. No entanto, é imediatamente referido que os dictos indivíduos carecem de "experiência profissional".

Como poderiam eles ter "experiência profissional" se não lhes foi dada oportunidade para a adquirir?

Em brejeirice...

Quer dizer - na lei está a dizer que um gajo pode eleger ou ser eleito e há uma cambada de camelos de dupla bossa que dizem "ah e tal...mas que experiência política é que ele tem?"

Faz lembrar quando os patrões dizem "Opá tu não podes trabalhar aqui - não tens experiência!"... Como é que um gajo pode ter experiência se nunca trabalhou na vida e acaba de sair da escola!?

______________

Experiência política é diferente de caciquismo...

Quantos políticos têm "Ciência Política" no Curriculum?

"Ah... Mas para se eleger ou ser eleito não é preciso ter frequentado uma Universidade"

- Mas "experiência política" já é?

Tentemos definir nas nossas cabeças o conceito...

quarta-feira, 20 de março de 2013

Sobre Japão 日本について (Nihon ni tsuite)




The Samurai and the Monk


A big, tough samurai once went to see a little monk. "Monk," he said, in a voice accustomed to instant obedience, "Teach me about Heaven and Hell!"



The monk looked up at this mighty warrior and replied with utterdisdain - "Teach you about Heaven and Hell? I couldn't teach you about anything. You're dirty. You smell. Your blade is rusty. You're a disgrace, an embarrassment to the samurai class. Get out of my sight. I can't stand you."

The samurai was furious. He shook, got all red in the face, was speechless with rage. He pulled out his sword and raised it above him, preparing to slay the monk.

"That's Hell..." said the monk softly.

The samurai was overwhelmed. The compassion and surrender of this little man who had offered his life to give this teaching to show him Hell! He slowly put down his sword, filled with gratitude, and suddenly peaceful.

"And that's Heaven," said the monk softly.

author unknown

sábado, 16 de março de 2013

Sobre perfeição...


Realmente há gente que busca a perfeição... A questão é - qual a utilidade da perfeição?

Eu sou a pessoa mais imperfeita que existe, de facto - e de jure...

Mas também assim é a peça do puzzle.

A fábula da perfeição [da minha autoria]

Certo dia, o quadrado e a peça de puzzle, durante uma caminhada pelos jardins da geometria, onde as copas das árvores eram trapézios e os frutos triângulos, o quadrado interpela:

- Tu não pertences aqui... Este é o mundo da perfeição... Todos somos rectilíneos... Até a circunferência, de ângulos ausentes, é simétrica e perfeita.

Depressa se espalhou a ideia, e todas as peças de puzzle foram expulsas dos jardins da geometria e do mundo da dita perfeição.

A peça de puzzle, tristonha, caminhou no vácuo - sem destino, sem objectivos, sem motivo para viver...

A pouco e pouco, a peça de puzzle foi encontrando suas semelhantes, também exiladas.

- O que fazes? Para onde vais? - pergunta uma delas
- Não sei... - responde a outra
- Posso ir contigo?
- Vamos!

E abraçaram-se.

As duas peças encontraram outras,

E outras e outras...

E à medida que se foram juntando e complementando, foram crescendo em conjunto, fazendo sombra aos jardins da geometria.

Os quadrados, os triângulos, as circunferências tentaram superar, no entanto, à medida que iam subindo, iam caindo - não encaixavam, não se seguravam.

O puzzle foi tomando forma. À medida que crescia, as peças foram percebendo o seu destino, os seus objectivos, o seu motivo para viver - o seu próprio sentido de perfeição...

____________
Mas isto para dizer o quê, curto e grosso:

- A peça de puzzle pode até nem ser perfeita, mas ao menos encaixa...

Peça de puzzle, com muito gosto... 


quinta-feira, 14 de março de 2013

Sobre o Papa do "fim do mundo"...


"Quem nunca pecou, atire a primeira pedra (...)" Jo 8: 1-11

Já chovem críticas ao senhor, só porque disse num tom de humor que "os Senhores cardeais foram-me buscar lá para os lados do fim do mundo".

Pelos vistos também já há críticas acerca do seu passado.

Mas não é o futuro que importa? Não são as ligações que daqui podem surgir mais importantes que as divisões?

Escolheu o nome Francisco I, é jesuíta, tem sentido de humor e inclinou-se perante o povo, antes que o povo perante ele se inclinasse para receber a bênção - inédito.

A Igreja tem agora o seu Cristo para expulsar os "vendilhões do templo". Esperemos que com sucesso.

terça-feira, 12 de março de 2013

Sobre as minhas gargalhadas quando se diz que o Papa devia ser americano ou africano...

"Ouçam meus amados irmãos: não escolheu Deus os que são pobres aos olhos do Mundo para serem ricos em fé e herdarem o Reino que Ele prometeu aos que o amam?" Tiago 2:5

... com a justificação de que aí estão a MAIORIA dos católicos.

Qual é a lógica se esses mesmos católicos não se pronunciam sobre a escolha do Pontífice?

O Papa de facto surge de uma eleição - no entanto é escolhido por uma minoria de católicos que também eles não gozam de legitimidade democrática.

Eu não estou com isto a dizer que a Igreja se deve ou não democratizar. Por minha vontade o Papa era sempre italiano e as Missas todas em latim [...NOT].

Estou a dizer que o argumento não é válido ou é tão válido como a Santa Sé ser noutro local que não no Vaticano [ou Roma].

Porque é que o centro do catolicismo é em Roma? Porque de facto era o centro do mundo na altura...

Há uma tradição a ser respeitada não há? Então que a seja também na escolha do Bispo de Roma...

Quando forem os cristãos católicos a eleger o Papa, fará todo o sentido justificar a existência de um Papa africano, americano, asiático etc. por via da maioria.

Mas se a coisa se processa tão tradicionalmente e tão rigidamente - qual é o sentido de se dizer que o próximo Papa devia ser africano ou sul-americano porque é nestas regiões que se concentra A MAIORIA dos católicos?

Não tentemos justificar o injustificável nem democratizar o "indemocratizável"...

Se disserem: "O Papa deve ser de OUTRA REGIÃO que não da Europa para que os representantes da Igreja demonstrem que não são alérgicos a renovação" é plenamente válido e CONCORDO DE ALTO A BAIXO.

My opinion, livre de qualquer preconceito, xenofobia ou racismo...


domingo, 10 de março de 2013

Sobre a "imparcialidade" do Chefe de Estado...

Ai tanto Cavaco prá lareira...
Só tenho a dizer que não existe*...

*[Cientificamente comprovado por estudos elaborados com sustentação em provas credíveis]

sexta-feira, 8 de março de 2013

Sobre "dividir para conquistar"...


"Barboseon Meloparte"
Per Graça da divisão da Esquerda, Imperador de Coimbra

Eu confesso que acho que o Dr. Barbosa de Melo, Presidente da Câmara de Coimbra, tem imensa sorte.

Não se lhe retire qualquer mérito - não sendo eu a melhor pessoa para avaliar ou reprovar.

"Ganhou" a Câmara sem ir a eleições, com o abandono do Dr. Encarnação, e agora parece que ir a eleições é apenas uma formalidade.

Parece que as circunstâncias irão entregar a vitória, "de bandeja", ao candidato apoiado pelo Partido Social-Democrata.

Ainda é cedo para prever seja o que for. No entanto, o Partido Socialista tem vindo a marcar pontos muito negativos na esfera política.

Depois do "incidente" na Assembleia Municipal, que pôs em causa a professora da quarta-classe de alguém, parece que um tal movimento "Cidadãos por Coimbra", inicialmente dito "independente" (palavra forte...quase como "amor"... devendo ser utilizada APENAS em caso de veracidade da afirmação), mas agora apoiado pelo Bloco de Esquerda, está a ser sustentado por seitas do Partido Socialista - possivelmente gente "mal amada" ou, como se diz na nomenclatura da Máfia, "alguém que nos esquecemos de pôr na lista de pagamentos". Isto sou eu a divagar/dissertar ("acertar" - sei lá)...

Enfim... Penso que o melhor slogan da campanha do Dr. Barbosa de Melo será "Matai-vos uns aos outros que eu vencerei".

Sim... já sei que sou "politicamente incorrecto"...


Sobre Carolina Beatriz Ângelo...

Carolina Beatriz Ângelo (1878 - 1911)

«Excluir a mulher (…) só por ser mulher (…) é simplesmente absurdo e iníquo e em oposição com as próprias ideias da democracia e justiça proclamadas pelo partido republicano. (…) Onde a lei não distingue, não pode o julgador distinguir (…) e mando que a reclamante seja incluída no recenseamento eleitoral» 
 
Sentença do juiz João Baptista de Castro ao recurso apresentado em tribunal por Carolina Ângelo


Mulher, médica, ginecologista, primeira mulher a votar no país...

Por incrível que pareça, no mesmo ano em que morreu, votou nas eleições para a Assembleia Constituinte, que iria lavrar a lei fundamental da I República Portuguesa.

De facto a Lei Eleitoral, alterada depois do "incidente", reportava-se apenas a maiores de idade, letrados e chefes de família. Isto permitiu que esta grande senhora, que teve o desplante de levar as suas convicções até "às últimas", tivesse direito de escolha sobre os HOMENS que iriam decidir o futuro deste país.

Lembremos a sua memória, hoje que é o Dia Internacional da Mulher, e também o espírito de todas aquelas que lutam por um futuro melhor, das gerações vindouras, com o dobro da energia de muitos homens.

Longa vida ao SUFRÁGIO UNIVERSAL...

in O Século - 5 de Junho de 1911

quarta-feira, 6 de março de 2013

Sobre o déspota que morreu...



A morte de Chávez é a prova de que o poder autoritário não prevalece diante do tempo. O poder não o livrou da doença - paz à sua alma.

Embora tenha o maior respeito pelos doentes oncológicos, penso que a este acontecimento sucederá uma Primavera democrática nos países sul-americanos. Esperemos que mais proveitosa que aquela situação no Norte de África, em que à queda dos regimes autoritários sucederam fracas democracias ou governos provisórios sem suficiente afirmação.

Ainda assim a Venezuela sempre tem uma expectativa democrática maior, primordialmente por dois motivos: os valores religiosos não se imiscuirão na política e existirão eleições no período máximo de 30 dias, apesar de a Hugo Chávez ter sucedido aquele que a Imprensa chama o "herdeiro político".

Em Cuba, a um ditador sucede o seu irmão. Sem quaisquer eleições. "Cuba Libre"... Só o cocktail...

Esperemos que a morte do líder da Revolução Bolivariana seja o preço a pagar pela democratização do país.

Cuba Libre


terça-feira, 5 de março de 2013

Sobre petróleo e Direitos Humanos...

Organização dos Países Exportadores de Petróleo

É tão curioso. Um dos maiores países da OPEP - a Arábia Saudita - vai assassinar sete jovens.

Pode parecer estranho o meu recurso à terminologia "assassinar". Nos jornais realmente vem "Execução" e "Condenados à Morte".

Contudo - a Arábia Saudita não tem nenhum código penal. A única orientação dos "juízes" são umas directrizes morais, do tempo em que muçulmanos e cristãos guerreavam com objectos cortantes - a.k.a. Idade Média. E até há uma crucificação pelo meio. Tudo isto, claro, em praça pública.

Poderemos chamar "execução" ou "condenados"? Ou mesmo dizer que há "juízes" ou "julgamento"?

Ora bem - trata-se de um país que é membro de uma organização que literalmente tem nas mãos grande parte do controlo da economia mundial e que pelos vistos aquele até tenciona investir grandemente em Portugal.

Vamos agora adicionar outro ingrediente, também ele de igual modo com respeito pelos seres humanos - "República Popular" da China.

Este estado - desconhecedor da democracia - nacionalizou* 21,35% das nossas "contas da luz". Nada contra. Se estava à venda, os únicos com dinheiro para comprar são eles.

Ou seja, temos à frente dos destinos da economia mundial os países que menos valorizam as vidas humanas.

Depois queixem-se da conjuntura e das moedas demasiado fortes ou demasiado fracas.

Enquanto o factor "dignidade humana" não for inserido na economia, com o mesmo valor que as Bolsas de Valores ou os Bancos, o único progresso vai ser feito na direcção do retrocesso.

*"Nacionalizou" - isto porque foi o estado chinês que comprou (dado que...regime "comunista"... empresas privadas não as "háias")


domingo, 3 de março de 2013

Sobre manifestações...


Hoje perguntaram-me se ontem fui à "Manifestação".

O que eu imediatamente respondi é que já me manifesto que chegue, de quatro em quatro anos ou de cinco em cinco - e às vezes até mais cedo.

É uma "Manifestação" à qual os portugueses dão muito pouco valor. Talvez porque não seja permitido o frenesim de andar com cartazes.

Não estou a dizer que as manifestações com frenesim não sejam legítimas. Contudo, veja-se que a taxa de abstenção nas últimas Legislativas (2011) foi de exactamente 41,93% - o que significa que em dia de eleições, um tipo de manifestação sem frenesim e com EFEITOS PRÁTICOS, 4.035.539 de portugueses com direito a escolher os seus representantes no órgão que faz e aprova as leis, ficaram "em casa".

As pessoas insistem em soprar contra a parede, à espera que ela caia. Ou gritar para uma porta fechada, aguardando que se abra.

Que resultados práticos têm este tipo de louváveis iniciativas? As manifestações, as greves de autocarros...

Os políticos até têm motorista. Alguns deles mais do que um.

Isto para dizer o quê, na minha solene e arrogante opinião? 

R.: Se querem matar - matem, se querem esfolar - esfolem. É preferível cão que morde do que cão que ladra.

Mas podem "matar" e "esfolar" por via de eleições. Para isso é necessário saber fazer um X. Ou ainda que não saibam a resposta correcta a essa escolha múltipla - se é que existe - a simples ida às Urnas já é um voto - na democracia e no que ela representa.

Essa coisa do "bota a baixo e mete lá outro" nunca resultou bem. Veja-se Cuba, Angola, China... etc. etc. etc.

E atentem no seguinte: a mesma máquina que cortou a cabeça de Luís XVI, cortou a de Robespierre...


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Sobre aquela afirmação do "Você é novo de mais!"


Vossa Excelência então não é novo o suficiente... ou velho de mais...


Sabe, caro senhor, o critério da idade na política é como quando os passageiros estão na estação.

Ninguém está à espera do comboio que passou, mas sim do que virá - pois só esse as levará dali.

Pelo mesmo motivo se prefere o sol nascente ao sol poente.

"Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança."

A. Gedeão

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Sobre as futuras Assembleias de Junta III

Câmara Alta [dos Conselheiros] da assembleia bicamaral japonesa
[denominado Dieta Nacional do Japão]

Artigo 113º da Constituição da República Portuguesa


"(...)3. As campanhas eleitorais regem-se pelos seguintes princípios:

a) Liberdade de propaganda;
b) Igualdade de oportunidades e de tratamento das diversas candidaturas;
c) Imparcialidade das entidades públicas perante as candidaturas;
d) Transparência e fiscalização das contas eleitorais."

Se os Presidentes de Junta que já tiverem cumprido três mandatos consecutivos tiverem a permissão de se candidatar a uma aglomeração de freguesias, por alegação de se tratar de uma nova circunscrição administrativa e assim prorrogar o tempo de ocupação do mandato, viola-se um direito inalienável e constitucionalmente consagrado - igualdade perante a lei.

Então e os Presidentes de Junta que estão a desempenhar o mandato, pelo terceiro ano consecutivo, numa Junta que se mantém sem aglomeração?

Apesar de ser defensor da limitação de mandatos, sou transparente o suficiente para achar que não há, para além de representação democrática igualitária [como vimos nas publicações anteriores], justiça neste modelo de aglomeração.

Seria justo que as freguesias que não foram aglomeradas tivessem o direito de se aglomerar ou mesmo de se fragmentar e formar depois uma União - desta forma não se cometeria a inconstitucionalidade de uns se poderem candidatar e outros não.

O actual modelo de reorganização administrativa criará portanto, no caso de se verificar a aceitação dessas candidaturas, sem garantir igualdade de oportunidade, um fosso de injustiça entre os executivos autárquicos. 

Com o modelo federalista já referido, talvez este erro fosse colmatado.



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Sobre as futuras Assembleias de Junta II


Parlamento do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
- caso de assembleia bicamaral num estado monárquico e unitário -

Relativamente ao modelo federalista que anteriormente propus, a estrutura poderia ser a seguinte:

Exemplo - União/Federação de Freguesias de Santa Clara e Castelo Viegas

Assembleia da Federação de Freguesias

- Câmara das Freguesias

4 Representantes de Freguesia [dois por cada unidade aglomerada, independentemente da área geográfica ou número de eleitores]

2 - Santa Clara
2 - Castelo Viegas

Eleição: [Maioria relativa] os candidatos terão que ser residentes e recenseados na unidade aglomerada que pretendem representar. Neles só podem votar os eleitores nas mesmas condições. Proposta de lista de 4 candidatos.

- Câmara dos Cidadãos

9 Representantes dos Cidadãos da União/Federação [o número de Representantes variará, sendo directamente proporcional ao número de habitantes eleitores - nunca superior a 15 e nunca inferior a 3]

Eleição: [Maioria relativa] proceder-se-ia como até agora se tem eleito os membros da Assembleia de Freguesia. Proposta de lista de 9 candidatos e igual número de suplentes (não obrigatório).

O modelo federalista, facultativo e não obrigatório, na eventualidade da sua aceitação, poderia ter aplicação não só nas freguesias que sofreram aglomeração (o denominado federalismo centrípeto), mas também nas freguesias que, se assim o desejarem, queiram fragmentar-se (federalismo centrífugo).

A questão da constitucionalidade desta estrutura é questionável, porém é perfeitamente plausível.

Trata-se do ponto de equilíbrio entre aqueles que se manifestam contra a aglomeração de freguesias e aqueles que se vêem obrigados a aplicar o modelo de reorganização administrativa por sugestão externa.

É a forma de garantir que a igualdade e a justiça prevaleça, sem prejuízo do espírito democrático, dado que as antigas Juntas se vêem igualmente representadas na Assembleia.

Não é pela existência legal de uma nova circunscrição que os cidadãos vão ter o mesmo sentimento de pertença e identificação com uma União que tinham com a sua freguesia.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Sobre as futuras Assembleias de Junta I

Proposta de Reestruturação Administrativa para o Concelho de Coimbra


Seria justo que, dada a reestruturação administrativa, que aglomera algumas freguesias, se alterasse também a estrutura da Assembleia de Junta.

O actual modelo não vai ao encontro da expectativa democrática que à partida se cria da existência de uma assembleia.

Pode parecer um exagero, mas penso que para haver justiça e ao mesmo tempo igualdade, as Assembleias de Junta deveriam adoptar uma estrutura bicamaral, à boa maneira do Congresso Americano.

Deveria, portanto, ser dividida em duas partes: uma que representasse os territórios, populações e interesses de cada uma das antigas freguesias, agora aglomeradas (penso que dois representantes por freguesia, independentemente do tamanho geográfico ou número de habitantes, seria o ideal); e outra que representasse os cidadãos, de toda a União, na sua forma de conjunto (neste caso o número de representantes dependeria, claro, do número de habitantes e da dimensão territorial).

Os dois representantes dos interesses específicos das unidades seriam eleitos de entre os cidadãos recenseados nelas mesmas e votados também da mesma forma.

Como exemplo, os representantes da freguesia de Antanhol seriam escolhidos de entre os cidadãos aí registados e votados pelos cidadãos eleitores dessa unidade, para uma das Câmaras da Assembleia da União de Freguesias de Antanhol e Assafarge. Antanhol não poderia contudo votar nos representantes de Assafarge nem os seus eleitores serem aí elegíveis.

Para a eleição da outra Câmara da Assembleia de Junta [ou União das Juntas], a que representa os interesses dos cidadãos das freguesias enquanto aglomeração, procedia-se da mesma forma como agora se procede - votação em listas, desta vez por todos os eleitores da nova circunscrição administrativa.

As disposições teriam que ser aprovadas por ambas as Câmaras da Assembleia, sem prevalência de uma perante a outra, para coexistir a noção de que, apesar de representarem de diferentes formas os cidadãos, pertencem a uma só estrutura.

Em vez de serem União de Freguesias, seriam "Federação de Freguesias".

Através deste modelo, as unidades aglomeradas nunca perderiam a sua identidade nem a representação dos interesses específicos - visto que estas mesmas circunstâncias estariam representadas na primeira Câmara, e continuariam a garantir a defesa dos direitos comuns a todos os habitantes da União (ou Federação).

A escolha do Executivo sairia na mesma da eleição da Assembleia, mas teria que ser por esta votado previamente.

Mais uma vez, solene e arrogante opinião. Era uma hipótese... E viável...

http://app.parlamento.pt/utrat/index.html#nota - link para onde estão expostas as propostas de Reorganização Administrativa

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Sobre independência e liberdade...

José Eduardo dos Santos - o ditador africano mais antigo
Angola é a efectiva prova de que reclamar independência e autodeterminação não é sinónimo de reclamar direitos e liberdades - colectivas ou individuais.

O país da África Sub-Sariana NUNCA sentiu sequer o cheiro da democracia. Nem sequer antes da chegada de Diogo Cão (séc. XV) e da colonização portuguesa, quando dominava a estrutura tribal e o nomadismo.

Em 1975 é proclamada a independência pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

De um dia para o outro, Angola passa de cinco séculos de dependência política, económica e administrativa para a plena e total independência.

Mais uma vez - independência não é liberdade.

O ditador (o conceito de presidente implica a existência de uma república, e a existência de uma república implica limitação de mandato e ELEIÇÕES COMO DEVE "DE" SER) José Eduardo dos Santos permanece no poder desde 1979 - mais de três décadas.

As primeiras eleições em Angola foram em 1992. O senhor é tão "popular" que sai sempre vencedor dos actos (pseudo)eleitorais.

Enfim... Será que os angolanos não têm respeito pelos seus, que morreram na Guerra Colonial? Ou será que a motivação da guerra, cujo primeiro tiro foi de armas angolanas (ou Russas, sei lá...), era mudar a cor do ditador?

Foram vinte e sete anos de guerra civil - já os retornados estavam em Portugal - sob égide deste senhor.

A questão da independência dos países é muito simples. Equipara-se à abolição da escravatura.

O escravo, indivíduo privado de direitos e de posse da própria vida, constitui uma mercadoria, um objecto.

Sendo privado da sua liberdade, quem gere e garante as suas necessidades básicas - comida, dormida, vestuário... - é o proprietário.

Quando nos EUA consagram em 1863 a abolição da escravatura, o homem que era privado de ser dono do seu próprio destino passa a um estatuto de liberdade desamparada. Tratou-se da causa de morte de muitos - o facto de não saberem para onde ir nem o que fazer ou como o fazer. Não houve, portanto, uma sensibilidade de criar mecanismos de transição ou de instrução dessa massa de mercadorias que passou a ser cidadãos com direitos.

O mesmo sucedeu com a independência de muitos países, nomeadamente Angola. A independência pura e simples tratou-se de um erro. Não para os portugueses mas sim para os angolanos. Não houve um período transitório, em que portugueses e angolanos construíssem a democracia.

Não será contraproducente lutar contra uma ditadura para implantar outra!? É que morreu muita gente dos dois lados só para isso... Esforços em vão "é comó outro"... Vidas humanas NÃO!

Sobre a VistaAlegre e a Maçonaria


Esquadro e Compasso
Logótipo da Vista Alegre














Podem-me chamar paranoid ou mania da teoria da conspiração. Mas eu acho que a Vista Alegre tem uma relação qualquer com a Maçonaria...

É uma coisa que já me intriga desde pequenino - quando não tinha 1,90m mas já sabia o que era a Maçonaria (autodidatismo face às sociedades secretas e semi-secretas).

Fui numa visita de estudo no ensino Básico à fábrica de Ílhavo e lembro-me bem de, na capela dedicada a Nossa Senhora da Penha de França, sobre o retábulo de talha dourada, ESTÁ UM TRIÂNGULO.

Depois eu, piquenino, em vez de ficar a pensar em dar chutos na bola [coisa que sempre fui uma lástima - o meu primeiro golo foi um auto-golo], como é comum na rapaziada daquela idade, fiquei sempre com aquela ideia na cabeça e com a promessa que futuramente desenvolveria o assunto.

Outra associação que fiz, pode parecer muito conveniente, é a do logótipo ao símbolo máximo da Maçonaria - o cruzamento do compasso com o esquadro - o domínio do espírito sobre a matéria.

Se repararem, o "V" e o "A" constituem uma plena e perfeita associação a estes dois objectos - ícones desta fraternidade. Cruzem o "V" com o "A". Desenhem num papelinho... O que observam?


Eu sei... sou estranho... Mas isto também é... E dava um óptimo argumento para uma obra do José Rodrigues dos Santos ou do Dan Brown... Daquelas coisas que vendem imenso e em que toda a gente acredita...

Cumprimentos aos meus amigos maçons, com quem nunca partilhei esta ideia.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Sobre o último grande anúncio do Mr. Bean

A Consciência na ponta do nariz, mesmo frente aos olhos...

O Mr. Bean das OLHEIRAS... resolveu... ehhh... revelar aos portugueses ehhh... aquilo que ehhhh... ele e ehhh... as pessoas com ehhh... dois ehhh... dedos de testa já sabiam há muito tempo...

É preciso mais tempo para cumprir com as metas de recuperação económica... Mas Senhor Ministro, não é um ano... Com que cara de pau é que se pede mais um ano para tentar solucionar o dobro dos problemas que não se resolvem desde a Sua nomeação para o cargo que actualmente desempenha!?

Sim, porque afinal o PIB não vai contrair 1% mas sim DOIS POR CENTO...

É só o dobro Senhor Ministro... Mas isto quando falamos em percentagens é muito bonito, porque falamos de UM DÍGITO ou dois... Mas se falarmos na representação em numerário, TRATAM-SE DE BILIÕES DE DÓLARES... Aquela coisa dos Mil Milhões e afins...

Por isso Senhor Ministro, seja qual for a quantia, enganou-se por defeito, em dobro... O dobro de 1 realmente é 2... Já o dobro de uns BILIÕES...

E esses tais BILIÕES plus a margem de erro (o tal DOBRO) resolver-se-ão com mais um anito... Mais uns 365 dias...

E ainda diz que o desemprego também vai aumentar (o que também não era alheio para muita gente [deditos de testa]).

Como recupera uma economia com o desemprego a aumentar? O Emprego É o poder de compra que por sua vez É a economia...

Sabe qual é a diferença entre Vossa Mercê e o Pinóquio? É que o Pinóquio, pode "meter água" as vezes que quiser - nunca se afoga (menino de pau)...

Sobre facturas... (com C, porque essa coisa do Acordo Ortográfico...)



A Liberdade é mesmo uma coisa relativa. Então eu seria obrigado a pedir uma factura...!?

Quer dizer, vem o Acordo Ortográfico para se poupar nas letras e obriga-se o consumidor a pedir factura para não poupar no papel e no tempo/paciência do retalhista (pequeno - porque as facturas do GRANDE RETALHISTA já saem automaticamente da impressora da registadora, mal se finalize a compra).

"Olhe eu quero factura desse café que você m'abiou"

Claro que sim sr. Cliente...

Mas vá... o (Des)Governo já deu o dito por não dito e o Núncio, não apostólico que vamos deixar de ter Papa, já disse e, passo a citar, "o governo não deu instruções à autoridade tributária para fiscalizar o consumidor final".

ERA SÓ O QUE FALTAVA... Voltamos ao tempo do Oliveira das Botas ou quê?

[Eu disse logo que era INCONSTITUCIONAL, lembram-se!? - daí esta gente voltar atrás... É que uma inconstitucionalidade por mês é muita inconstitucionalidade para que este (des)governo continue constituido... Inconstitucionalissimamente...]

Sobre François Blondel e a sua actualidade...

25 de Abril de 1974 - Praça do Comércio (Lisboa)
Segundo François Blondel, as possibilidades de intervenção dos militares no sistema político, de forma directa - coup d'état, são as seguintes:

- Falta de legitimidade do sistema político;
- Instabilidade política;
- Existência de regime político cuja estrutura, princípios e normas sejam completamente diferentes da hierarquia e disciplina militares;
- Grau de desenvolvimento e de complexidade económica.

Em Portugal caminha-se certamente para uma intervenção militar na esfera política, acicatada pelo desespero da classe, e legitimada pela às vezes dissimulada vontade popular de mudança.

Um alerta - os militares devem fazer um golpe de estado com vista à convocação de eleições e NUNCA para impor um regime ditatorial ou substituir um governo civil por outro, sem qualquer consulta do poder da democracia - o povo.

Também porque a permanência na União Europeia é incompatível com manifestações não democráticas.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Sobre as futuras "Férias" de Sua Santidade

Castel Gandolfo
Então não tenham peninha do senhor... depois do dia oficial da resignação (28 de Fevereiro do Anno de Nosso Sennhor Jesu Christo de dois mil e treze) vai passar umas férias na Residência Apostólica de Castel Gandolfo - dois meses. "Porreiro pá"...

Depois seguirá para o Mosteiro de Mater Ecclesiae (V.C. [Vatican City]), igualmente modesto, onde passará o resto dos seus dias em clausura.

Mas não lhe seja apontado o dedo. Bento XVI vai ficar para a História como tendo sido o Papa que abriu precedentes (ou seja - acontecimentos passados que dão legitimidade à existência de semelhantes no futuro) que levarão ao caminho da urgente democratização da Igreja.

Urgente no sentido de se adaptar à modernidade. No entanto, dado que a credibilidade das instituições está na prevalência das suas tradições, o que agrada a gregos não agradará a troianos.

Na minha solene e arrogante opinião, trata-se de uma postura mais importante e com maior impacto político que qualquer uma das do seu antecessor - não menosprezando nunca o Pontificado de João Paulo II.

Os cardeais irão agora escolher o Vigário de Cristo. Poderia ser de portas abertas... Mas aí não se chamaria Conclave - seria Senclave...

Habe(re)mus Papam...

Mosteiro Mater Ecclesiae



Sobre aquelas pessoas que pensam que o Governo português é eleito...



Pois... Tecnicamente não é... Resulta de uma eleição mas o governo português é um órgão colegial [ou seja, composto por vários elementos] NOMEADO e não eleito...

Segundo o Art. 187º da Constituição da República Portuguesa, cito:


"1. O Primeiro-Ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos 
representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais.

2. Os restantes membros do Governo são nomeados pelo Presidente da República, sob 
proposta do Primeiro-Ministro."

Resolvi colocar isto aqui para que da próxima vez que eu estiver de serviço às Urnas, durante eleições legislativas, não venha uma senhora toda alarmada perguntar porque é que nos boletins de voto não estão as fotografias dos candidatos... (foi nas últimas - que tinham sido precedidas das Presidenciais, onde obviamente aparecem as fronhas dos candidatos)

É claro que não estão, pelo simples motivo que teriam que se colocar 230 fotografias por cada lista/partido político que se apresenta a eleições - os mandatos disponíveis para a Assembleia da República - sim, mandato reporta-se ao lugar político e não ao tempo que este dura.

Qualquer dia vai um criminoso qualquer ou algum imbecil que tirou a licenciatura por equivalência [ou ao Domingo] na lista de 230 pessoas e o eleitor sem saber quem ele é e a pensar que está a eleger uma daquelas figurinhas que aparece na TV [UM dos 230 - normalmente o nº 1 da lista] quando vai colocar a cruzinha no quadradinho - as tantas já aconteceu e eu não sei... Dado que já não saio de casa desde 1910.

Mas a culpa nunca é do povo ou da sua ignorância... E ainda diziam que o Sufrágio Censitário era mau... Não era tão manipulável vá... Lá dizia o Tonito dos lados de Santa Comba: "povo culto, povo ingovernável"...

Faço minhas as palavras de Bocage, deturpando-as em prol desta minha solene e arrogante opinião "Democracia, onde estás?/Quem te demora?"

Sobre Joguinhos de Computador e Economia


Partindo do pressuposto de que a classe dirigente deste país é inconsciente dos seus erros na esfera económica, digo o seguinte:

O aumento de impostos atrofia a economia... Porquê? Economia doméstica básica - quem sabe o que é gerir uma casa, conhece certamente estes princípios: quanto menos dinheiro se tem, menos se gasta; quanto mais altos os preços, menos se compra...

Eu não tenho grande legitimidade para falar com conhecimento de causa, dado que sou um gastador nato.

No entanto sugiro aos sobreditos senhores que comecem a jogar joguinhos de computador, nomeadamente de estratégia, com vertente económica.

Saberão que quando aumentam os impostos, as cidadezinhas que conquistaram e governam começam por ficar da cor amarela e depois vermelha - até que estala uma revolta e a cidadezinha passa a auto-determinar-se.

De facto se se reduzirem os impostos, o dinheirinho disponível será menor a curto prazo, mas irá gradualmente aumentando, a par da economia. Em momentos de urgência, quando é preciso reconstruir um castelo ou recrutar exército para fazer face a uma ameaça estrangeira, lá se aumentam um pouquinho, porém durante um curto espaço de tempo, para a economia não sofrer grandes danos.

Os jogos da saga Total War [Sega] são muito realistas neste aspecto... E são mais baratos que submarinos ou renovação de frota automóvel...


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Sobre cachimbos e maçãs...

Pois... Não sabia o que escrever quando nesta manhã de segunda-feira, tiro de partida para (mais) uma semana de trabalho, me sentei ao portátil e me lembrei que tinha um blog - ou blogue (whatever...).

Começo por escrever sobre o título - trata-se de uma alusão às obras do meu imortal René (Magritte), um dos máximos representantes do surrealismo.

Todos certamente se recordam dos quadros em que o belga coloca a legenda "Ceci n'est pas une pomme" ou "Ceci n'est pas une pipe".

O objecto de representação são de facto um cachimbo e uma maçã, plenamente representados à boa maneira do realismo renascentista.

Seria quase um Rembrandt, pintor que também muito aprecio, se não estivesse adornado com as magnificas frases, contrariando a primordial observação, mesmo do espectador arguto.

O que Magritte (René) pretende transmitir e desvendar é que devemos saber distinguir a realidade da sua representação, por muito bem feita que esteja.

De facto não se trata de um "cachimbo" ou de uma "maçã" mas sim da sua representação gráfica numa tela.

Quer os degustadores de pintura quer os cidadãos devem ter muito cuidado com as representações. Faz-me recordar também aquele célebre retrato, capa da revista Time, aos tempos do António do Vimieiro, da maçã podre, com casca muito bela. The Dean of Dictators...