Carolina Beatriz Ângelo (1878 - 1911) |
«Excluir a mulher (…) só por ser mulher (…) é simplesmente absurdo e iníquo e em oposição com as próprias ideias da democracia e justiça proclamadas pelo partido republicano. (…) Onde a lei não distingue, não pode o julgador distinguir (…) e mando que a reclamante seja incluída no recenseamento eleitoral»
Sentença do juiz João Baptista de Castro ao recurso apresentado em tribunal por Carolina Ângelo
Mulher, médica, ginecologista, primeira mulher a votar no país...
Por incrível que pareça, no mesmo ano em que morreu, votou nas eleições para a Assembleia Constituinte, que iria lavrar a lei fundamental da I República Portuguesa.
De facto a Lei Eleitoral, alterada depois do "incidente", reportava-se apenas a maiores de idade, letrados e chefes de família. Isto permitiu que esta grande senhora, que teve o desplante de levar as suas convicções até "às últimas", tivesse direito de escolha sobre os HOMENS que iriam decidir o futuro deste país.
Lembremos a sua memória, hoje que é o Dia Internacional da Mulher, e também o espírito de todas aquelas que lutam por um futuro melhor, das gerações vindouras, com o dobro da energia de muitos homens.
Longa vida ao SUFRÁGIO UNIVERSAL...
in O Século - 5 de Junho de 1911 |
Se estou recordada, ter votado como "chefe de família" foi um ardil de génio. Muito feminino, a apanhá-los na sua própria armadilha.
ResponderEliminar