Realmente há gente que busca a perfeição... A questão é - qual a utilidade da perfeição?
Eu sou a pessoa mais imperfeita que existe, de facto - e de jure...
Mas também assim é a peça do puzzle.
A fábula da perfeição [da minha autoria]
Certo dia, o quadrado e a peça de puzzle, durante uma caminhada pelos jardins da geometria, onde as copas das árvores eram trapézios e os frutos triângulos, o quadrado interpela:
- Tu não pertences aqui... Este é o mundo da perfeição... Todos somos rectilíneos... Até a circunferência, de ângulos ausentes, é simétrica e perfeita.
Depressa se espalhou a ideia, e todas as peças de puzzle foram expulsas dos jardins da geometria e do mundo da dita perfeição.
A peça de puzzle, tristonha, caminhou no vácuo - sem destino, sem objectivos, sem motivo para viver...
A pouco e pouco, a peça de puzzle foi encontrando suas semelhantes, também exiladas.
- O que fazes? Para onde vais? - pergunta uma delas
- Não sei... - responde a outra
- Posso ir contigo?
- Vamos!
E abraçaram-se.
As duas peças encontraram outras,
E outras e outras...
E à medida que se foram juntando e complementando, foram crescendo em conjunto, fazendo sombra aos jardins da geometria.
Os quadrados, os triângulos, as circunferências tentaram superar, no entanto, à medida que iam subindo, iam caindo - não encaixavam, não se seguravam.
O puzzle foi tomando forma. À medida que crescia, as peças foram percebendo o seu destino, os seus objectivos, o seu motivo para viver - o seu próprio sentido de perfeição...
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Mas isto para dizer o quê, curto e grosso:
- A peça de puzzle pode até nem ser perfeita, mas ao menos encaixa...
Peça de puzzle, com muito gosto...
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