sábado, 16 de março de 2013

Sobre perfeição...


Realmente há gente que busca a perfeição... A questão é - qual a utilidade da perfeição?

Eu sou a pessoa mais imperfeita que existe, de facto - e de jure...

Mas também assim é a peça do puzzle.

A fábula da perfeição [da minha autoria]

Certo dia, o quadrado e a peça de puzzle, durante uma caminhada pelos jardins da geometria, onde as copas das árvores eram trapézios e os frutos triângulos, o quadrado interpela:

- Tu não pertences aqui... Este é o mundo da perfeição... Todos somos rectilíneos... Até a circunferência, de ângulos ausentes, é simétrica e perfeita.

Depressa se espalhou a ideia, e todas as peças de puzzle foram expulsas dos jardins da geometria e do mundo da dita perfeição.

A peça de puzzle, tristonha, caminhou no vácuo - sem destino, sem objectivos, sem motivo para viver...

A pouco e pouco, a peça de puzzle foi encontrando suas semelhantes, também exiladas.

- O que fazes? Para onde vais? - pergunta uma delas
- Não sei... - responde a outra
- Posso ir contigo?
- Vamos!

E abraçaram-se.

As duas peças encontraram outras,

E outras e outras...

E à medida que se foram juntando e complementando, foram crescendo em conjunto, fazendo sombra aos jardins da geometria.

Os quadrados, os triângulos, as circunferências tentaram superar, no entanto, à medida que iam subindo, iam caindo - não encaixavam, não se seguravam.

O puzzle foi tomando forma. À medida que crescia, as peças foram percebendo o seu destino, os seus objectivos, o seu motivo para viver - o seu próprio sentido de perfeição...

____________
Mas isto para dizer o quê, curto e grosso:

- A peça de puzzle pode até nem ser perfeita, mas ao menos encaixa...

Peça de puzzle, com muito gosto... 


Sem comentários:

Enviar um comentário